Reeleito com mais de 107 mil votos no último dia 6 de outubro, o prefeito de Petrolina partirá para o segundo mandato sabendo do tamanho de sua responsabilidade. O desafio, no entanto, só o estimula. Nessa entrevista concedida hoje (8) ao Blog, o gestor afirmou que não só manterá o ritmo de trabalho reconhecido pela ampla maioria dos petrolinenses, nas urnas, como deve intensificá-lo ainda mais.

“Estou muito animado pelos próximos quatro anos. Vem muita novidade em diversas áreas. Estamos buscando mais recursos. Acabei de chegar de Brasília, por esses dias, e pode ter certeza: vou arregaçar as mangas e trabalhar por essa cidade todos os dias, de sol a sol e com a bota nos pés”, afirmou.

De acordo com Simão, os três principais eixos do segundo governo serão saúde, segurança pública e saneamento. Esse último vem atrelado também ao serviço de abastecimento d’água, um clamor antigo na cidade. Tanto o saneamento quanto o abastecimento são de responsabilidade da Compesa, a qual o prefeito reiterou as críticas que já vem fazendo à empresa. Segundo ele, a Companhia não tem obrigação de abastecer apenas a área urbana. Em seu contrato de concessão, as comunidades da área irrigada, ribeirinha e de sequeiro também deveriam ser beneficiadas pela Compesa, mas Simão diz que não vê isso na prática.

Simão se volta também contra o subsídio cruzado, prática que ajuda a Companhia a manter unidades deficitárias no Estado com recursos arrecadados em Petrolina. “A Compesa arrecada R$ 12 milhões com as nossas contas, todo mês, e investe pouco mais de R$ 2 milhões. Os R$ 10 milhões vão para o subsídio cruzado na capital, Recife. A nossa luta é fazer com que o dinheiro das nossas contas, dos petrolinenses, fique todo em Petrolina, para que possamos fazer um plano de investimentos em saneamento e água tratada”, frisou.

Críticas à governadora

O prefeito não poupou críticas à governadora Raquel Lyra, a quem afirma que até agora não “não disse a que veio”. Quando Raquel foi eleita, Simão pediu a ela para que ele pudesse assumir o serviço e transformar Petrolina num modelo em abastecimento e saneamento no Estado. No entanto, ouviu da gestora que a Compesa seria privatizada. Enquanto isso não ocorre, o prefeito disse que vem atuando para resolver a questão. Um dos pontos é a empresa de água e saneamento, criada em sua gestão. Ele revelou que o corpo jurídico da prefeitura está atuando para retomar, na justiça, o setor de água e esgoto, uma vez que a Compesa estaria sem contrato para gerir o sistema.

Com os esforços do município, o prefeito citou ter realizado 50% do saneamento da bacia do Dom Avelar, mas outras comunidades da região ainda sofrem sem o serviço – o que seria resolvido com um plano municipal. Simão destacou ainda ter levado água tratada a várias localidades da zona rural, a exemplo de Nova Descoberta, Perímetro Maria Tereza (KM-25) e Assentamento Mansueto de Lavor, que será o primeiro em Petrolina a ser beneficiado com água potável. “Fiz, em dois anos, 30 sistemas de abastecimento, tirando 3 mil famílias da lista do famigerado carro pipa. Estamos mostrando à Compesa que sabemos como fazer”, concluiu.