Os médicos do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ) estão novamente sem salários, desta vez os de junho, e entraram em greve ontem (22) após tentativas de entendimento com os gestores. O atraso salarial atinge todo o quadro de funcionários, sendo 74 médicos – que a partir desta sexta-feira (22) só atendem casos de emergência, em sinal de protesto. As informações são do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindmed-BA).
Referência regional no atendimento em clínica médica e clínica cirúrgica, o hospital é procurado por comunidades de 53 municípios da rede PEBA (Pernambuco e Bahia). É administrado pela Associação Proteção à Maternidade e à Infância de Castro Alves (APMI), sendo o único da rede estadual que mantém carteira assinada em lugar da famigerada ‘pejotização’. A greve é por tempo indeterminado.
Outra grave queixa é sobre a carência de insumos em geral, o que gera forte descontentamento também no público atendido. O clínico José Carlos Tanure Júnior, delegado do Sindimed na região, lamenta que a Secretaria de Saúde (Sesab) ainda não tenha atendido o pleito dos profissionais. A categoria fez uma paralisação de advertência nos dias 14 e 15 de junho na tentativa de pressionar a Sesab a apresentar um cronograma de atendimento das necessidades.
Promessa
Após ameaçarem nova greve no dia 28 daquele mês, os médicos receberam uma comunicação da APMI informando que a secretaria apresentou uma proposta de reestruturação do hospital. Eles aí decidiram apostar na promessa, mas se decepcionaram novamente. Outro motivo de descontentamento é a demora na aquisição de um tomógrafo para o hospital.
Para a aquisição do equipamento por parte do governo do estado, uma Ação Civil Pública (ACP) foi proposta pela promotora de Justiça Rita de Cássia Rodrigues de Souza. A ação determinou que o governo baiano destinasse R$ 600 mil da verba de publicidade para a compra do aparelho, mas, segundo Tanure Júnior, ainda não há perspectiva de recebimento.