Em passagem por Petrolina, o senador Humberto Costa concedeu entrevista ao jornalista e colunista da Folha de Pernambuco, Carlos Britto, em que ele manifesta preocupação com a distribuição de cargos pelo Governo Lula. Em nome da governabilidade, o petista avalia que a gestão está entregando espaços estratégicos para partidos que não vão entregar os votos necessários no Congresso. A principal bronca é o espaço mais cobiçado do segundo escalão federal no Estado: a 3ª Superintendência Regional (SR) da Codevasf, localizada na Capital do São Francisco.
O PT de Pernambuco indicou o nome do técnico Edilazio Wanderley, mas o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos) também estão de olho no espaço. O senador defende o nome de Edilázio e diz que espera uma solução que agrade a todos, em especial ao PT-PE.
“Entendemos que algumas escolhas são feitas em nome disso, mas há espaços que são muito emblemáticos”, afirmou o senador. Segundo ele, esses espaços “deveriam ficar com grupos e partidos que são identificados com o governo, por isso apresentamos o nome do companheiro Edilázio”, frisou.
Humberto ressaltou o currículo de Edilázio e disse que ele é uma pessoa experiente, preparada, que vai fazer trabalho para todos. “E estamos nessa disputa, justamente, com o prefeito do Recife e o deputado Silvio Costa”, revelou. O senador disse que a indicação cogitada nos bastidores é de uma pessoa identificada com o prefeito. O petista afirmou que nao entende o motivo do “interesse de ter o controle da instituição que tem a maior capilaridade em relação à política de Pernambuco. Mas estamos aguardando a solução definitiva”.
Preocupação
O temor do senador é muito maior do que o comando da Codevasf e envolve a relação com outros partidos. Segundo ele, o governo “está entregando os dedos e anéis”.
Para o senador, a principal preocupação é com o fato do Governo estar entregando muitos espaços estratégicos e deixando de assumir muitos cargos importantes. “Infelizmente, nós disputamos a eleição de 2022 e não conseguimos eleger um grande número de parlamentares. Com isso, ficamos obrigados a fazer acordos políticos e entendimentos para termos governabilidade e aprovação dos projetos do presidente Lula”, afirmou.
A preocupação já foi levada ao presidente Lula e será motivo de uma nova conversa na próxima semana.