A musicalidade indígena tomará conta do Sesc Petrolina nos dias 6 e 7 de maio. Com o tema “A música dos povos originários do Brasil”, a 22ª edição do projeto nacional Sonora Brasil traz à cidade apresentações de grupos indígenas de Pernambuco e Alagoas, além de debate e exibição de filme. Toda a programação é gratuita e será realizada no Teatro Dona Amélia, no Centro, e no Instituto Federal de Educação do Sertão de Pernambuco (IF Sertão-PE), no bairro João de Deus.
A primeira atividade uma roda de conversa na segunda-feira (6), às 16h, no Teatro Dona Amélia, Sesc Petrolina, com as etnias Kariri-Xocó (AL), Fulni-ô (PE) e Truká (PE). Depois, a partir das 19h, se apresentam os Trukás (Cabrobó-PE) e os grupos Memória Fulni-ô e Dzubucuá.
Na terça (7), a programação ocorrerá no auditório do IF Sertão-PE. Às 14h, haverá uma aula-espetáculo com Wadja Fulni-ô e às 19h o público poderá assistir ao filme “Martírio”, dos diretores Vicente Carelli, Ernesto de Carvalho e Tita. O documentário analisa a violência sofrida pelo grupo Guarani Kaiowá, que habita as terras do centro-oeste brasileiro, entrando constantemente em conflito com as forças de repressão e opressão organizadas pelos latifundiários, pecuaristas e fazendeiros locais.
Fulni-ô
As músicas tradicionais do povo Fulni-ô são o toré e a cafurna. O Toré é um ritual sagrado e consiste em um cântico coletivo sem letra em que se utilizam instrumentos de sopro junto à percussão. As cafurnas, em yaathe unakesa, são cantadas e acompanhadas de maracás de mão e de tornozelo e retratam a realidade e o contexto indígena, tratando de temas que abrangem aspectos como preservação da natureza, reverência aos animais da região e identidade indígena.
Kariri-Xocó
Os Kariri-Xocó vivem na região do baixo São Francisco em Alagoas e também têm como tradição o canto do toré, ritual indígena mágico-espiritual que envolve performance corporal e música. Os torés tradicionais não têm letras e utilizam os buzos (espécie de flauta), maracás de mão e de tornozelos. No repertório, além dos torés, estão os rojões, que são um reflexo do trabalho nas fazendas e da dinâmica de trocas culturais ocorridas na região. As letras cantadas em português possibilitam conhecer um pouco da história do povo. Outras informações pelo telefone (87) 3866 -7454.