Sucesso na captação de órgãos reforça importância do HU de Petrolina

por Carlos Britto // 14 de setembro de 2023 às 12:32

Foto: Liga Acadêmica de Transplante de Tecidos e Órgãos do Vale do São Francisco/divulgação

Valentina, Flávio, Nicolas, Milena, Ramom, Felipe, Sandra, Rhavy, Patrick, Moara. Esses são nomes de pessoas de todas as regiões do Brasil que têm algo em comum e se unem neste mês de setembro, dedicado à conscientização sobre doação de órgãos. Eles representam, na condição de doadores ou receptores, as 14.182 pessoas que receberam transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea no Brasil neste ano.

Só na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) – estatal que administra 41 Hospitais Universitários (HUs) -, 19 instituições realizaram 791 transplantes no primeiro semestre de 2023, segundo a Base de Dados Nacionais do Sistema Único de Saúde (SIA/SIH/SUS). No ano passado, os HUs da Rede EBSERH realizaram 1.473 transplantes. Já em 2021, foram 1.342 cirurgias e, em 2020, 1.094 transplantes na Rede. Os dados são do Serviço de Gestão da Informação, Monitoramento e Avaliação da estatal.

Em Petrolina houve dez doações de órgãos múltiplos, entre janeiro e agosto deste ano. Do total de órgãos e tecidos, entre coração, rins e fígado, nove doações ocorreram no Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf)/EBSERH, totalizando em média 23 órgãos sólidos viáveis para transplante.

Apesar de ser um importante centro de captação de órgãos, Petrolina não realiza transplantes. “Funcionamos apenas como centro captador, no qual os órgãos são captados e encaminhados para Recife ou outros Estados, respeitando o tempo de isquemia de cada órgão, isso caso não haja receptores compatíveis em Pernambuco“, explica Janaína Carvalho, enfermeira da Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Petrolina, entidade parceira do HU-Univasf.

Morte encefálica

Existem dois tipos de doadores de órgãos: o doador em vida e aquele diagnosticado com morte encefálica. Conforme a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a morte encefálica é definida como “morte baseada na ausência de todas as funções neurológicas”, ou seja, é permanente e irreversível. Após esse quadro a pessoa não tem mais como “reviver”, possibilitando assim a doação.

De janeiro a junho deste ano, foram realizados 18 protocolos de morte encefálica no HU-Univasf e confirmado o diagnóstico em todos os casos. Desses, apenas 14 indivíduos eram potenciais doadores, sendo realizada entrevista visando à doação de órgãos. O Comitê de Transplante e Captação de Órgãos do HU-Univasf recebeu sete respostas positivas para doação e sete recusas de familiares. Entre as principais justificativas para negativa familiar, estavam: ausência de consenso, receio de demora na liberação do corpo e doador contrário à doação em vida.

Atualmente, Pernambuco tem 2.397 pacientes ativos em lista de espera por órgãos/tecidos, sendo rim (1.284); fígado (98); coração (8); pâncreas/rim (17); e córnea (990). Os dados são do mais recente relatório da ABTO.

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