Superintendente destaca necessidade de hospitais de barreira para mudar realidade do HU-Univasf

por Antonio Carlos Miranda // 03 de maio de 2024 às 10:27

Foto: Ascom HU/divulgação

O superintendente do Hospital Universitário (HU-Univasf) de Petrolina, Julianeli Tolentino, foi o convidado de ontem da Tribuna Livre da Câmara Municipal de Vereadores. Atendendo a um pedido da Comissão de Saúde da Casa, Julianeli fez uma radiografia nua e crua da rotina de atendimentos na unidade. Mais do que uma situação preocupante, os dados apresentados pelo gestor foram ‘um soco no estômago’ de vereadores e do público presente à sessão plenária de ontem (2).

Os números que mais chamaram atenção dizem respeito aos atendimentos no HU em 2023. No total, a unidade recebeu 38.205 pacientes. Destes, 8.369 eram casos menos complexos – ou seja, não necessitavam de internações. Até março deste ano, já foram 9.579 atendimentos, sendo 2.020 internações desnecessárias.

Julianeli destacou, diante desse fato, a necessidade de implantação de hospitais de barreira em cidades da região, o que ajudaria a desafogar o HU. “Se tivéssemos hospitais de barreira aqui em Petrolina, em Lagoa Grande, em Sento-Sé, em Curaçá, em Uauá, em Casa Nova, em todos os municípios que fazem parte das macrorregionais de saúde, certamente estaríamos trabalhando com 8 mil, e não com 38 mil pacientes batendo na nossa porta”, justificou. O Hospital é única referência para 53 municípios que integram a Rede PEBA (Pernambuco-Bahia).

O superintendente ressaltou ainda a união de forças políticas dos dois Estados para minimizar essa realidade. Ele citou, sobretudo, emendas parlamentares destinadas ao Hospital, a exemplo de R$ 1,95 milhão da senadora pernambucana Teresa Leitão (PT), que virá por meio do Fundo Municipal de Saúde, além do senador Humberto Costa (PT), dos deputados Augusto Coutinho (Republicanos) e Carlos Veras (PT), que são os líderes da bancada pernambucana no Congresso, com emendas já destinadas; o também federal Guilherme Uchôa (PSB); o deputado federal baiano Adolfo Viana (PSDB), com R$ 1 milhão em emendas; e Josias Gomes (PT-BA), com R$ 450 mil mais um veículo. “Queremos parcerias como essas, que discutam conosco saídas para a gente ter a mitigação desse problema, que é tão complexo”, pontuou.

Julianeli destacou, ainda, conquistas importantes junto ao Ministério da Saúde, a exemplo da inclusão de R$ 20 milhões no Novo PAC do governo federal, que já está sendo utilizado para obras de reforma e ampliação na unidade, a reabertura de seis leitos de UTI, convocação de 250 novos profissionais em todas as áreas (embora a meta é chegar a 450) e vagas para o HU através do Exame Nacional de Residência (Enare).

Sem partidarizar

Após a explanação de Julianeli, o espaço foi aberto para questionamentos dos vereadores. Um deles, Manoel da Acosap (UB), disse que nunca fez e não fará nenhuma crítica ao HU. O vereador, que é servidor do SUS, argumentou que somente quem não conhece a realidade do hospital faz comentários sem embasamento. Manoel afirmou que, quando tem alguma demanda referente ao HU, vai até a diretoria informar sobre o assunto.

Já o presidente da Mesa Diretora, Aero Cruz (MDB), reforçou o papel de todos os agentes públicos nessa questão, destacando que seu grupo político vem fazendo sua parte. Aero ressaltou, ainda, que esse tema “não pode ser partidarizado”, mas trabalhado acima das cores políticas.

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