Superintendente do HDM refuta matéria do Blog, mas defende redução de cesarianas

por Carlos Britto // 19 de dezembro de 2014 às 18:28

IMG-20141219-WA0000Este Blog publicou mais cedo uma matéria na qual dizia que o superintende do Hospital Dom Malan (HDM/Imip), Marcelo Marques, admitia que muitos médicos incentivam o parto cirúrgico para lucrar com o procedimento. O superintendente nos enviou uma nota ressaltando que a afirmação não era essa. Vejam o que ele escreveu:

Em recente publicação sobre a alta incidência de cesarianas, venho por meio deste esclarecer:

Não afirmei que existem médicos que lucram com o procedimento, na verdade todos perdem com os altos índices de cesariana em nosso país. Os médicos que diante de uma realidade adversa e desfavorável à condução do parto natural se veem obrigados a programar cesarianas, o fazem não por questões financeiras, mas por questões estruturais, de recursos humanos, de aparelhamento de serviços e de práticas de estímulo ao parto normal, que deveriam ser obrigatórias em toda a rede de saúde, principalmente a privada. O estímulo financeiro, na saúde complementar, seria importante existir em prol do parto natural, mas a realidade é que esse infelizmente não ocorre.

Perdem também os pacientes porque a gestante deve ter o protagonismo de como o seu bebê deve nascer, e não que esse momento seja a resultante de realidade adversa e hostil ao parto natural. Há trabalhos que mostram que a gestante começa o pré-natal querendo o parto natural, mas no final a maioria acaba preferindo a cesariana. O parto normal está comprovadamente associado a menores taxas de infecção e de riscos de agravos à mãe e ao bebê; deve ser a forma ideal de término da gestação. Além disso, outros aspectos igualmente importantes, como vínculo da mãe com seu filho e amamentação, têm melhores resultados quando o parto é normal.

Perde também a rede de saúde complementar, por não adotar medidas de estímulo ao parto natural. Felizmente, alguns hospitais da rede particular já acordaram para essa questão e apresentam em sua estrutura física e funcional equipamentos e recursos humanos, preparados para a boa assistência ao parto normal.

Finalizando, creio que é salutar o debate sobre a redução da taxa de cesarianas em nosso país, não apenas pelos elevados índices que o fazem ser atualmente um dos maiores do mundo nesse procedimento, mas, sobretudo para colocar no centro de toda a atenção e cuidado, os principais interessados a família e toda a sociedade.​​

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