Cinco pessoas suspeitas de desviar mais de R$ 64 milhões do Detran são alvos de mandados de prisão expedidos pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), numa operação que investiga fraudes em licitações. Os crimes, segundo a investigação, aconteceram entre março de 2016 e maio de 2020, em gestões anteriores do Departamento Estadual de Trânsito.
A operação “Brucia la terra” foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (1º). Na operação, quatro servidores públicos foram afastados das funções que desempenham. Os nomes das pessoas envolvidas não foram divulgados.
Organização criminosa
De acordo com o MPPE, além das fraudes em licitações, estão sendo investigados os crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O Ministério Público informou que somente uma das empresas suspeitas recebeu do Detran mais de R$ 96 milhões no período investigado. As fraudes não envolvem membros da atual diretoria do departamento.
Ainda de acordo com o Ministério Público, as fraudes envolveram uma rede de pessoas e empresas, algumas delas de fachada. Determinados itens foram comprados por valores até 2.425% mais caros que o preço de mercado praticado normalmente.
De acordo com o MPPE:
-Cinco pessoas são alvo de mandados de prisão;
-Cinco pessoas estão proibidas de sair do Brasil;
-Seis pessoas foram atingidas pelo bloqueio de 29 imóveis, entre apartamentos e propriedades rurais;
-28 veículos estão sendo apreendidos;
-30 pessoas físicas e jurídicas estão proibidas de efetuar contratos com o poder público;
-Quatro pessoas foram afastadas de suas funções públicas.
Ao todo, 36 pessoas físicas e jurídicas tiveram bens sequestrados, que é quando o proprietário não pode se desfazer dele até a decisão final no processo. O sequestro autorizado foi de aproximadamente R$ 64,5 milhões, para recuperar o prejuízo ao órgão.
Além do MPPE, 16 policiais civis também atuam nessa operação.
O Detran ainda não se manifestou. (Fonte: g1-PE)
Quando há lesão ao erário público, comprovadamente, se for o caso, a nomenclatura dos autores não poderia ficar oculta. É de interesse público, ou não?