O desemprego ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre de março a maio, havia cerca de 11,4 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. A taxa é a mesma do trimestre encerrado em abril. Assim, novamente, é a maior já registrada pela série histórica do indicador, que teve início em janeiro de 2012. No mesmo trimestre no ano anterior, a taxa havia ficado em 8,1%, segundo o IBGE. Ficou acima ainda do trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, que ficou em 10,2%.
A taxa de desocupação trimestral está subindo há 18 meses consecutivos em comparação ao ano anterior até maio, segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento doIBGE. “Para cada posto de trabalho que se perdeu, isso gerou duas procuras de trabalho em um ano”, afirmou em entrevista em abril. A Pnad entrevistou 211 mil domicílios em 3.464 municípios e 15.756 setores do país.
Se o número de desempregados aumenta, diminuiu o número de empregados. A população desocupada subiu 40,3% (mais 3,3 milhões de pessoas) no confronto com igual trimestre de 2015 e cresceu 10,3% (aproximadamente 1,1 milhão pessoas) em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016.
Já a população ocupada (90,8 milhões de pessoas) registrou queda de 1,4% (menos 1,2 milhão de pessoas ocupadas) em comparação com o mesmo trimestre de 2015 e apresentou estabilidade ante o trimestre dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 (menos 285 mil pessoas).
Segundo o IBGE, o número de empregados com carteira assinada no setor privado caiu 4,2% (menos 1,5 milhão de pessoas) em relação a igual trimestre do ano anterior e recuou 1,2% frente ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 (menos 428 mil pessoas).
Já o número de empregados sem carteira de trabalho assinada subiu 3,5% ante o trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 e ficou estável frente ao trimestre de março a maio de 2015. O número de trabalhadores domésticos subiu 5,1% ante o mesmo trimestre do ano anterior (mais 307 mil pessoas) e ficou estável em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016.
As pessoas que trabalharam por conta própria aumentaram 4,3% na comparação com o trimestre de março a maio de 2015 – acréscimo de 952 mil autônomos. Já em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, houve queda de 1,3% (menos 314 mil pessoas).
Rendimento
O rendimento médio real habitualmente recebido pelos que estão trabalhando chegou a R$ 1.982 e ficou estável frente ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 (R$ 1.972) e caiu 2,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado (R$ 2.037).
Em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, dois grupamentos de atividade apresentaram queda na ocupação: de 2,9% na construção (-227 mil pessoas) e de 1,7% na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-161 mil pessoas).
Em contrapartida, na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais houve aumento de 1,8% (268 mil pessoas).
Houve queda de rendimento médio nos grupamentos outros serviços (8,2%), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (5,5%), e comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%) frente ao mesmo trimestre do ano anterior. Já em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016, nenhum grupamento teve variação significativa nos seus rendimentos. O contingente dos empregadores caiu 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior – menos 208 mil pessoas-, e ficou estável em relação ao trimestre de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016.