TCE-PE aponta sobrepreço no hospital de campanha construído pelo Estado em Petrolina

por Carlos Britto // 12 de agosto de 2020 às 06:20

Foto: Wanderley Alves/Blog Carlos Britto

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) expediu medida cautelar para “adoção de medidas administrativas urgentes e necessárias à retenção de pagamentos pendentes no contrato de construção do Hospital de Campanha Univasf, em Petrolina–PE, até que a Secretaria de Saúde providencie e comprove as correções dos sobrepreços existentes nos itens 3.3, 3.4, 4.1, 4.2, bem como as devoluções de pagamentos a maior decorrentes dos citados sobrepreços”. A decisão foi publicada no Diário Oficial de ontem (11).

Segundo a decisão, o questionamento do TCE-PE se deu na “contratação direta, via dispensa de licitação emergencial, realizada pela Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco para a Construção do Hospital de Campanha Univasf, no município de Petrolina/PE – DL 099/2020”. De acordo com o órgão judiciário, a Secretaria de Saúde de Pernambuco contratou sem licitação as obras de engenharia por R$ 1.548.272,16.

O TCE-PE informou, na decisão, que já tinha encaminhado um alerta de responsabilização ao secretário André Longo (Ofício TC/GC03 148/2020), sobre os achados apontados no Despacho Técnico elaborado pelo Núcleo de Engenharia do TCE-PE. Os auditores do Tribunal consideraram as explicações insuficientes e propuseram uma medida cautelar, devido ao suposto “sobrepreço” e supostos “pagamentos a maior” no contrato. Segundo os auditores do TCE-PE, a resposta do Governo do Estado teve “superficialidade, ausência de embasamento técnico e contradições”.

A proposta de cautelar foi acatada pelo conselheiro Carlos Porto, relator do processo, que expediu uma decisão individual. “As argumentações da Secretaria Estadual de Saúde, apresentadas através do Ofício NUCEST/SES 38/2020. A impossibilidade de acatamento dos esclarecimentos apresentados sobre os sobrepreços apontados nos itens de serviços 3.3, 3.4, 4.1, 4.2 da planilha contratada, conforme detalhado no item 2.1 do Despacho Técnico do Núcleo de Engenharia, tendo em vista a superficialidade, ausência de embasamento técnico e contradições apresentadas em suas justificativas. As permanências dos sobrepreços, apontados no item 2.1 do Despacho Técnico do Núcleo de Engenharia, podem acarretar prejuízo ao erário no montante de R$ 160.172,88, caso não seja tomada uma rápida providência. O indício de despesas indevidas, apontadas nos itens 2.2 e 2.4 do Despacho Técnico do Núcleo de Engenharia, no montante de R$ 26.408,45”, disse o conselheiro Carlos Porto na decisão.

Ao final, a determinação do Tribunal na decisão foi para que o secretário André Longo “adote providências para a retenção dos pagamentos pendentes no contrato de construção do Hospital de Campanha Univasf, até que a Secretaria de Saúde providencie e comprove as correções dos sobrepreços existentes nos itens 3.3, 3.4, 4.1, 4.2, bem como as compensações de pagamentos pagos a maior decorrentes dos citados sobrepreços”.

Alertado

O secretário de Saúde de Pernambuco foi alertado que “o descumprimento da presente Medida Cautelar Monocrática poderá implicar em multa, julgamento pela irregularidade e reprovação das contas do Secretário e ação civil pública por improbidade contra a administração”. O TCE-PE concedeu cinco dias para a Secretaria de Saúde de Pernambuco apresentar defesa. A medida cautelar ainda será apreciada pela Segunda Câmara do Tribunal, composta por três conselheiros. (Fonte: Blog do Magno)

TCE-PE aponta sobrepreço no hospital de campanha construído pelo Estado em Petrolina

  1. Amigo de Petrolina disse:

    É preciso punir com rigor quem está usando esse momento para desviar dinheiro. A lei deveria incluir penas mais severas e responabilizar quem faz tais praticas.

  2. Carlos disse:

    Não acredito! Deve ser calúnia da oposição! Como pode um ser tão puro e angelical como nosso governador, juntamente com sua legião de secretários celestes, está envolvido em sobrepreços de equipamentos de saúde para a Covid 19? Logo ele que pensa tanto em nossa saúde! Esses auditores do TCE são tão cruéis!

  3. Jonas disse:

    Engraçado foi como o TCE enxergou a resposta do Governo de Pernambuco: “a resposta do Governo do Estado teve superficialidade, ausência de embasamento técnico e contradições”. Como se explica o inexplicável? É Polícia Federal na Prefeitura do Recife, É o TCE na cola do Governo do Estado, e por aí vai a nuvem espessa de suspeitas sobre essas duas gestões. Contudo para os adeptos da seita do socialismo, tudo isso não passa de perseguição política. Mas não se preocupem! Fiquem todos em casa, empobreçam, passem fome! Enquanto isso nossos queridos governantes fazem o que sabem fazer de melhor: Lesar os cofres públicos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários