O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) emprega em cargos comissionados mulheres, filhos, nora, enteado e cunhada de desembargadores do Tribunal de Justiça estadual. Sem necessidade de concurso público e com salário bruto médio de R$ 13,7 mil, a relação de nomeados engloba ainda uma cunhada do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e a neta do presidente da Assembleia Legislativa (Alepe), Guilherme Uchôa (PSC). Os nomes constam no Portal da Transparência do TCE-PE. Na lista, há parentes de pelo menos seis desembargadores.
O TCE-PE argumenta que não existe legislação específica que regulamente a nomeação de cargos comissionados no tribunal, que são de livre escolha dos conselheiros. Todos os nomeados, diz o órgão, têm nível superior e foram convocados por terem qualificação profissional comprovada.
No gabinete do conselheiro do TCE-PE Dirceu Rodolfo, por exemplo, está lotada, desde dezembro de 2014, Natália Azevedo Paes Barreto Morais. Ela é filha do desembargador Ricardo de Oliveira Paes Barreto. No gabinete da Presidência do TCE-PE, Zalmara Rodrigues de Oliveira, cunhada do mesmo desembargador, também ganhou um cargo comissionado. Casada com o irmão do magistrado, foi nomeada em 2011. Paes Barreto tomou posse como desembargador em 2005.
Desde janeiro, o advogado André Gomes Ferreira de Lima, filho do desembargador Agenor Ferreira de Lima Filho, recebe R$ 12.571 de salário bruto por desempenhar função comissionada no TCE-PE. Eduardo Porto Carreiro Neves, que é filho do desembargador Frederico Neves, ganhou emprego na Ouvidoria do TCE-PE há cinco anos.
A mulher e a nora do desembargador Leopoldo Raposo, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), também foram contratadas sob o mesmo regime. Maria Ismênia Leite Padilha, casada com o magistrado, foi nomeada em 2016. A exemplo de Zalmara Rodrigues, ela exerce o cargo no gabinete da presidência do TCE-PE.
Em novembro de 2010, após denúncia de nepotismo cruzado, Ismênia havia sido exonerada do cargo comissionado que tinha na presidência do TJ pernambucano por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Danielle da Costa Bezerra Raposo, nora de Raposo, está empregada no TCE desde abril de 2016.
Oriundo do Ministério Público de Pernambuco, Waldemir Tavares de Albuquerque Filho tomou posse como desembargador em abril de 2015. Um mês depois, a esposa do magistrado, Marcella Barros de Oliveira Lima Albuquerque, obteve um cargo comissionado no Tribunal de Contas. Ela trabalha no gabinete do conselheiro-substituto Adriano Cisneiros.
No loteamento de cargos no TCE-PE, há também parente de magistrado que já se aposentou. É o caso de Júlio Queiroz Mesquita. Nomeado em 2012, ele é enteado do desembargador aposentado Sílvio Beltrão.
Cecília Figueiredo Wanderley Câmara é cunhada do governador Paulo Câmara, eleito em 2014. Em dezembro do mesmo ano, ela foi nomeada para trabalhar no gabinete do conselheiro João Campos, irmão da sogra de Câmara.
Em 2011, João Campos foi indicado para o cargo de conselheiro do TCE-PE pelo seu primo, o então governador Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em 2014. Cecília havia ocupado um cargo no TCE-PE, também no gabinete de João Campos, entre abril de 2011 e julho de 2014. Neste período, Câmara era secretário estadual da Fazenda.
Evalúcia Góes Uchôa, neta do presidente da Assembleia, Guilherme Uchôa, no comando da Casa pela sexta vez consecutiva, foi nomeada em 2013. Aos 26 anos, ela recebeu em maio o valor bruto de R$ 19.783. Evalúcia está lotada no gabinete do conselheiro Ranilson Ramos, ex-deputado estadual.
Outro lado
Por meio de sua assessoria, o TCE-PE disse que existem 57 pessoas com cargos comissionados e que isso representa apenas 6% do quadro total de 950 servidores. Ressaltou ainda que o TCE-PE é uma das instituições com menor índice de cargos comissionados em todo país.
O desembargador Frederico Neves declarou que não teve qualquer interferência na nomeação do filho. Ricardo Paes Barreto disse que caberia ao TCE-PE se posicionar. A assessoria de comunicação do TJPE, respondendo em nome dos demais magistrados citados, informou que eles não iriam falar sobre o assunto.
O Governo de Pernambuco afirmou que Cecília Câmara “é uma profissional qualificada e tem um currículo que permitiria a ela exercer funções de comando tanto no setor privado quanto no serviço público”.
Disse também que “Cecília trabalha no TCE-PE desde 2012, com uma breve interrupção em 2014, portanto antes de Paulo Câmara assumir o governo”. Guilherme Uchôa não quis se pronunciar. (Fonte: Folha de S.Paulo)
Por isso a merda deste país não vai para frente,onde existem os piores vagabundos são neste órgãos fiscalizadores,querem colocar moral nos outros e não tem moral de uma prostituta.
Cabide de emprego.
Não tenho duvidas que a tal Cecília Câmara tenha qualificações para o cargo. Mas assim como ela, temos milhares de brasileiro que poderia concorrer de igual se fosse em um concurso para o cargo.
É isso que provoca o rombo nas contas públicas, pelo fato de ser parente do governador, desembargadores e outros políticos significa que sejam diferenciados no acesso a um cargo público, isso é vergonhoso. Órgãos que deveriam fiscalizar, são os primeiros a não cumprir a legislação vigente e, criar cargos em muitos casos até sem necessidades é o nepotismo sem limites. Eles usam o estado como se fosse propriedade deles, out/18 vamos tirar essa cambada do poder, vote no ‘Zé Pipoca” mas não REELEJAM ninguém.
Esse aparelhamento vem desde o primeiro mandato de Eduardo Campos, a Folha de SP fez várias denúncias sobre.
Já passamos pelas trÊs fases da adm. pública Patrimonialismo, burocratica gerencial. Mas a confusao permanece a mesma quem esta no poder acha que pode tudo. Percebam que estes provem do mesmo judiciario que alega que Lula cometeu crime, roubou e bla bla… Mas eles podem, a lei permite, não podemos criticá-los…Imagine se juntassemos todo o nepotismo cruzado que existe no serviço público daria pra pagar o triplex Guaruja, não?