O Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) baixou um total de 10.223 processos em 2017. No ano anterior foram 2.850 processos baixados. As informações são do relatório do Conselho Nacional de Justiça ‘O Poder Judiciário na Aplicação da Lei Maria da Penha’, produzido pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias, divulgado neste mês de junho.
“Isso significa dizer que nós julgamos mais processos do que recebemos. Os magistrados têm uma atenção especial a causa da violência contra a mulher tanto no 1º como no 2º grau. Normalmente quase todas as medidas protetivas são concedidas, porque o juiz já chegou a conclusão de que nesses casos não se pode correr riscos“, explica a desembargadora Nágila Brito, presidente da Coordenadoria da Mulher do TJBA.
Com o objetivo de incentivar e acelerar a prestação jurisdicional de casos de violência doméstica e familiar, principalmente feminicídio, a 11ª Semana Justiça pela Paz em Casa, que acontecerá de 20 a 24 de agosto, tem como foco o Tribunal do Júri. “O crime de feminicídio é o ápice da violência contra a mulher, porque começa com ameaça, agressão e pode chegar à morte. Não queremos que chegue a esse ponto“, destaca a desembargadora.
Posicionamento
Para ela, os julgamentos que envolvem crimes contra a vida mostram à população que o Judiciário não está conformado. “Todas as pessoas, sejam homens ou mulheres, merecem viver sem violência”, finaliza. O TJBA já atingiu a meta 8 do CNJ, que determina o fortalecimento à rede de enfrentamento à violência doméstica e familiar contras as mulheres, até 31 de dezembro deste ano. A Corte Baiana já apresenta o maior percentual cumprido (142,86%), ao lado do TJ de Tocantins e do TJ de Amazonas, em relação aos demais tribunais estaduais.