Transnordestina é só discurso

por Carlos Britto // 21 de dezembro de 2008 às 19:57

Angela Fernanda Belfort – JC

Quase um mês depois da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) ter aprovado o projeto da Ferrovia Transnordestina, o governo federal continua sem liberar um tostão para o empreendimento. No cronograma, havia a previsão de um desembolso de R$ 112 milhões em novembro e de R$ 130 milhões em dezembro. A documentação está pronta, mas os recursos não foram liberados porque os contratos de financiamento não foram assinados. A Transnordestina terá 1.860 quilômetros e vai ligar a cidade de Eliseu Martins, no Piauí, aos Portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco.

As obras estão sob a responsabilidade da empresa Transnordestina Logística, que é a antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Até a semana passada, o grupo estava com restrições no Cadin, um cadastro que informa se as empresas estão irregulares com órgãos públicos federais.

Os recursos que seriam liberados em novembro e dezembro sairiam do Banco do Nordeste (BNB) e do antigo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). O primeiro é um empréstimo e no segundo, os recursos são da empresa que optou por empregá-los na implantação de um empreendimento no Nordeste. Na parcela de novembro, R$ 90 milhões sairiam do BNB e o restante do Finor. Já em dezembro, o BNB deveria liberar a mesma quantidade de recursos do mês anterior e R$ 40 milhões sairiam do Finor. “Fizemos a nossa parte. A engenharia financeira do projeto foi aprovada”, afirmou o superintendente da Sudene, Paulo Fontana.

Ainda voltando ao cronograma, a não liberação dessa primeira parte da verba vai fazer o projeto se atrasar para receber os recursos que deveriam ser liberados pela Sudene em março de 2009, quando está previsto o desembolso de uma parcela de R$ 450,6 milhões. Para esses recursos serem liberados, a empresa terá que comprovar que gastou R$ 1,068 bilhão, o que corresponde a 20% de todo o projeto, orçado em R$ 5,4 bilhões, dos quais R$ 2,6 bilhões sairão do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) via Sudene.

Até agora, a empresa responsável pelas obras está construindo o primeiro trecho da ferrovia, que vai de Salgueiro (no sertão central de Pernambuco) até Missão Velha, no Ceará, que com uma extensão de 96 quilômetros. Ele está sendo construído desde o dia 06 de junho de 2006, quando as obras foram lançadas, oficialmente, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

ATRASO

A CFN planejava iniciar o trecho Salgueiro-Trindade (de 166 quilômetros) em outubro e os demais até dezembro deste ano. Os outros trechos são: Suape-Salgueiro (522 quilômetros), Trindade (no Sertão do Araripe) a Eliseu Martins (no Piauí) com 420 quilômetros – e Missão Velha-Pecém, que terá uma extensão de 527 quilômetros

A assessoria de imprensa da CSN informou, por e-mail, que os contratos de financiamento não foram assinados, porque a empresa está em negociação com o governo federal.

Ainda para receber a primeira parcela da Sudene, toda a área por onde vai passar a ferrovia terá que ser desapropriada até março. Técnicos do governo do Estado que acompanham o assunto acham difícil esse prazo ser cumprido

Transnordestina é só discurso

  1. João Telê disse:

    Esta transnordetina, com outro nome, estrada de Fero Perolina a Salgueiro já inicio das vezes e já conta muita obra abandonada. Agora, com seu novo nome e traçado poderá ser retomada para alimenta discurso de campanha política

  2. João Telê disse:

    Esta Transnordestino, com outro nome, antes Estrada de Ferro Petrolina/Salgueiro, já teve início duas vezes, deixando obras abandonadas. Agora, com novo nome e traçado, porque não pode outra vez iniciar, antes e parar depois das próximas eleições?
    Na segunda vez o Presidente Color apareceu dirigindo uma Pá Mecânica no Jornal Nacional. Agora a Drª Dilma poderá aparecer dirigindo um outro trator. E, assim, esta rodovia vai trazendo benefícios para alguns, mesmo antes de ser construida. Petrolina já está fora dela, porque aqui ela não mais rende votos

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