Transnordestina: Licitação do trecho pernambucano ainda sem definição

por Carlos Britto // 19 de junho de 2024 às 15:00

Foto: reprodução – arquivo Blog

Quase um mês após a abertura das propostas, ainda não há uma vencedora para a licitação dos projetos executivo e básico do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina. A estatal Infra S.A., responsável pelo processo, desclassificou as duas primeiras colocadas por não cumprimento dos requisitos exigidos e agora analisa a documentação da terceira colocada, a Nova Engevix Engenharia e Projetos, que propôs realizar o serviço por R$ 16,4 milhões.

Inicialmente, a Infra classificou as propostas com base nos menores preços. A primeira colocada, a pernambucana Geosistemas Engenharia e Planejamento, ofereceu o serviço por R$ 12,4 milhões, mas foi desclassificada por não atender a pelo menos seis requisitos técnicos e por solicitar prorrogação do prazo para comprovação. A segunda colocada, a Estratégica Engenharia, apresentou uma proposta de R$ 15,2 milhões, mas também não cumpriu integralmente os requisitos do edital.

O trecho pernambucano da Transnordestina, que se estende por 520 km ligando Salgueiro ao Porto de Suape, foi iniciado em 2006 e está abandonado desde 2016. A contratação dos projetos básico e executivo é um passo crucial para indicar o novo traçado, avaliar os recursos necessários para a conclusão da obra, entre outras informações. O governo federal destinou R$ 450 milhões no orçamento para a retomada do empreendimento, cujo custo total é estimado em R$ 5 bilhões. A infraestrutura ferroviária é vista como essencial para o desenvolvimento econômico de Pernambuco e Estados vizinhos, beneficiando setores como a avicultura, o polo de gesso do Araripe, a fruticultura de Petrolina e a extração de minério de ferro no Sul do Piauí. O trecho cearense da ferrovia está em andamento e deve chegar ao Porto de Pecém em 2027. Especialistas afirmam que a Transnordestina só trará melhorias significativas se ambos os trechos, até Pecém e Suape, forem implementados.

O governo federal criou um grupo de trabalho, via Portaria 386, para buscar uma solução consensual para a racionalização e otimização da malha ferroviária concedida à Ferrovia Transnordestina Logística S.A. O grupo, que tem 90 dias para propor uma solução, deve focar na defesa do interesse público e na viabilidade técnica e jurídica. A discussão também envolve a possível devolução de trechos da antiga Malha Ferroviária do Nordeste, que se estendia de Propriá, em Sergipe, a São Luiz, no Maranhão. Atualmente, apenas os trechos do Ceará e Maranhão são utilizados. (Fonte: Folha/PE)

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