Trazendo de volta polêmica dos festejos juninos, Cancão alfineta Lossio: “Dinheiro foi para o ralo”

por Carlos Britto // 02 de setembro de 2015 às 19:00

cancao_640x360Sem saber se continua ou entrega o cargo de líder da bancada de oposição na Casa Plínio Amorim, o vereador Ronaldo Cancão só não tem dúvidas de uma coisa: continuará cumprindo seu papel de fiscalizar cada passo da administração municipal. Durante a sessão de ontem (1), por exemplo, o vereador voltou dar provas de que não vai ‘dar refresco’ ao prefeito Julio Lossio (PMDB).

Num duro discurso, Cancão trouxe novamente à tona os gastos exorbitantes do governo municipal com os festejos juninos na cidade.

Segundo o líder oposicionista, somente entre os anos de 2012 e 2013 – que inclusive são objetos de uma investigação da Polícia Federal (PF) por suspeitas de superfaturamento na estrutura e contratação de shows do evento – as cifras passam dos R$ 19,84 milhões.

O Blog conseguiu, com exclusividade, os números dos festejos em 2012 e 2013, cujos gastos são os seguintes:

– R$ 7.883.367,77 (para a empresa Karkará);

– R$ 864.605,00 (para a empresa Líder Entretenimento);

– R$ 280.000 (para a empresa J.I Barros);

– R$ 8.683.312,42 (para a empresa ME Produções);

– R$ 2.135.879,00 (para a empresa TH Produções).

– R$ 1.500.000, (referente a contratos individuais de artistas).

Segundo Cancão, todo o montante destinado à realização dos festejos saiu da fonte 1, ou seja, com recursos próprios – inclusive os R$ 280 mil da empresa J.I Barros, que deveriam ter vindo através do Ministério do Turismo, mas a prefeitura teria estornado esse valor para evitar que a investigação da PF chegasse também a esse recurso. O líder oposicionista ressalta que, somado aos outros dois eventos juninos de 2014 e 2015, o valor total dos festejos, nos últimos quatro anos, ultrapassa os R$ 31 milhões.

Dizendo-se “estarrecido”, o vereador não poupou Lossio das críticas. “O prefeito, inclusive, mentiu. Ele disse que em 2012 e 2013, não chegou (o valor) a R$ 8 milhões, mas chegou aos R$ 19,8 milhões”, alfinetou Cancão, justificando ter os documentos para provar o que diz.

Irresponsabilidade”

O líder da oposição tachou ainda de “tamanha irresponsabilidade” a atitude do prefeito pelo fato de, apesar desses gastos, ter pedido autorização à Casa Plínio Amorim, no ano passado, um empréstimo de R$ 29 milhões à Caixa Econômica para o ‘Pavimenta Petrolina’, que já foi iniciado. Depois disso, ainda solicitou mais R$ 3 milhões para aquisição de equipamentos destinados ao programa.

“Ou seja, o prefeito gastou R$ 31 milhões com festa, e correu atrás de R$ 32 milhões para pavimentação. Isso é um absurdo. Isso é uma falta de racionalidade”, declarou à imprensa o vereador, durante a sessão de ontem. “Será que ele não poderia ter feito um São João mais enxuto, de R$ 1,5 milhão?”, completou.

Segundo Cancão, com o montante gasto nos festejos daria para a prefeitura construir um novo matadouro e um Centro de Abastecimento (Ceape), além de dotar as principais feiras livres da cidade com uma moderna infraestrutura – incluindo balcões de frios. “Também dava para construir novas creches, ao invés da população pagar aluguel, reformar todos os postos da zona rural que estão fechados. Então, só posso concluir que faltou senso. O dinheiro foi para o ralo”, informou.

Cancão lembrou também que um dos artistas contratados – a dupla Jorge e Matheus – custaram à Prefeitura de Caruaru R$ 315 mil, e três dias depois, quando a dupla veio tocar no São João de Petrolina, o mesmo show saiu por R$ 621 mil. “Alguém tem que explicar isso. Eu adoro festa, adoro Jorge e Matheus. Mas a gente adora quando pode”, desabafou.

Integrante da bancada governista, o vereador Ronaldo Silva (PSDB) rebateu as críticas do colega de Legislativo. Todos os detalhes você confere pelas próximas horas.

Trazendo de volta polêmica dos festejos juninos, Cancão alfineta Lossio: “Dinheiro foi para o ralo”

  1. João José dos Santos disse:

    Vereador, aproveitando sua obstinação na fiscalização do executivo, porque o bairro Henrique Leite não foi pavimentado, se até ordem de serviço foi assinada em Junho/2013? Na ocasião estavam presentes, vereadores, secretários, todos em volta do prefeito. A obra não aconteceu e dinheiro foi pra onde?

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