Nunca fui muito fã de festa de fim de ano. Embora eu tenha sido sempre um privilegiado, por um ano sempre me oferecer mais do que o ano anterior, a festa para mim era sempre sem graça. Pensava mais nas perdas que nos ganhos. Longe de falar das perdas materiais, falo de vida, de gente e dos momentos fantásticos compartilhados.
Mas é só um momento a mais da reflexão condoída que me permito, pois é só virar o ano para, mais uma vez, acreditar que vou viver mais de ‘sim’ do que de ‘não’.
Gosto de pensar que o ano novo traz esperança, seja ela qual for, de que sonho for. O sol de primeiro de janeiro sempre brilha mais, ainda que chova.
O novo ano se apresenta como uma grande avenida de infinitas portas à espera de nossas escolhas.
Nenhuma delas pode ser demasiadamente segura ou absurdamente errada. É preciso repensar os medos, valorizar as escolhas e seguir.
Não conheço quem é feliz 24 horas por dia, mas conheço pessimistas infelizes em todos os momentos. Então nos resta acreditar, pegar a caixa de possibilidades em uma das mãos e a imensa vontade de acertar na outra e seguir o caminho.
O que ficou para trás e o que merecer ser lembrado nunca será esquecido. O resto é como pilastras que você se agarra e o impedem de seguir o caminho, e “caminho só se faz caminhando”.
Não adiantar rir, desdenhar ou achar que é um texto de promessas vãs. Porque além da morte, nada temos de certeza.
Até o céu é hoje apenas uma promessa, mas um dia será real em toda vida que merecer.
Merecer: talvez seja essa a palavra para se apegar em 2022, pois todo merecimento antecede de nossas ações. Então, chegou a hora.
É tempo de ser feliz, de entrar no ano rasgando as promessas que não elevam, esvaziando as gavetas dos imponderáveis e sonhar sonhos que edifiquem o espírito e a alma.
O mundo não tem sentido para quem não se faz feliz, para quem não se entrega e para quem não tem coragem para amar.
Consequência por amar demais existe, mas quem amou demais conta mais histórias, experimentou sensações a mais, respirou em falsete mais vezes e viveu momentos fantásticos.
Cedo ou tarde vamos nos decepcionar, mas e daí? Pior é não ter com o que se decepcionar, não ter roubado o beijo e se arrependido para sempre, não ter colado o corpo com o coração quase saindo pela boca…Isso é vida, e é isso que estamos fazendo aqui como passageiros do Planeta Terra.
Quem quer ser feliz precisa saber fazer feliz, e isso depende de entrega. Não falo de sentimento inconsequente e desmedido, falo de auto oportunidade. Não só do amor da gente, mas aos semelhantes e quem precisar ser amado. Saber amar é deixar alguém te amar.
Obrigado pela leitura, pela confiança e acima de tudo pela companhia.
Em 2022 vai ser assim novamente, ao seu lado contando a nossa história. A vida da gente!
Nada tem mais valor do que ter a consciência tranquila e o sono dos justos, do que saber andar do lado certo da estrada, sempre em defesa da verdade, da dignidade e dos mais carentes.