Unhas frágeis e quebradiças passam desapercebidas para muita gente. Mas o problema pode estar relacionado à presença de fungos, e é preciso estar atento. Ao infectarem as unhas, esses fungos se nutrem da queratina das mesmas, danificado-as parcialmente ou totalmente, causando assim doenças conhecidas como onicomicose (micose nas unhas).

As fontes de infecção são variadas, ocorrendo por contato direto com materiais contaminados com o fungo (tais como alicates, tesouras, algumas condições patológicas e atividades que necessitam de contato constante com água).

As manifestações clínicas podem ser variadas, desde manchas brancas nas superfícies das unhas (leuconíquia), deslocamento da borda das unhas até a proximidade da cutícula, espessamento (tornando-as com aspecto conhecido como ‘unha em telha’) e inflamações no contorno ungueal (base das unhas) à reação inflamatória (aspecto avermelhado e dolorido).

O aspecto das unhas doentes apresentam alterações, que podem levá-las a se tornar secas, quebradiças ou com estrias longitudinais. A coloração pode esta alterada, podendo tornar-se esbranquiçadas, verdes-amareladas, acastanhadas ou escurecidas.

Diagnóstico

Segundo a biomédica Gleiciere Maia Silva, especialista em Micologia e mestranda em biologia de fungos pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o diagnóstico é realizado através de abordagem clínica (pelo médico) e laboratorial, através do exame direto – no qual é realizada a coleta de escamas das unhas, com o auxílio de bisturi na região da lesão e visualização de estruturas fúngicas ao microscópio óptico – e pela cultura com o isolamento do fungo.

O diagnóstico laboratorial é de extrema importância, porque pode confirmar o tipo de fungo causador da micose, norteando o médico para a conduta terapêutica. A coleta é um procedimento imprescindível ao diagnóstico da doença. “É importante que o paciente dirija-se ao laboratório onde irá realizar o exame micológico das unhas, isentos de medicações antifúngica local ou oral, unhas sem esmaltes e de preferência sem estarem cortadas”, informa a especialista.

Tratamento

O sucesso do tratamento da onicomicose está relacionado pela determinação do agente etiológico, terapia adequada, podendo ser utilizados antifúngicos na forma de pomadas, cremes, suspensões, pós ou esmaltes – de acordo com a prescrição médica. Seu tratamento é lento, durando em média de nove a 12 meses. “Esta é uma das micoses superficiais de tratamento mais difícil, e que mais incomodam as pessoas, pelo cunho estético. Lembrando que a persistência do tratamento é fundamental para o melhora terapêutica, e o hábito de retirar as unhas afetadas não indica sucesso terapêutico”, explica Gleiciere.

Formas de prevenção

Algumas formas de prevenção podem impedir que os fungos ataquem as unhas. São elas:

– Evitar o contato das unhas com a terra, caso tenha algum ferimento nas regiões dos pés e mãos;

– Evitar meias de tecidos sintéticos. Preferir as de algodão, que absorvem a umidade em virtude do fungo ter predileção por ambientes úmidos e escuros;

– Uso de materiais individuais de manicures como alicates, tesouras, espátulas, dentre outros;

– Procurar usar calçados mais abertos, facilitando a ventilação;

– Manter hábitos de higiene.