A União dos Estudantes do Sertão (UES) – entidade que representa os alunos de cursinho pré-vestibular escola pública ou privada – vai realizar nesta sexta-feira (4), a partir das 19h, no auditório do Bios Petrolina, o 1º Fórum de Acesso à Univasf. Durante o encontro, que também vai reunir os pais do Comitê de Apoio à UES, diretores de estabelecimentos de ensino, imprensa e autoridades do polo Petrolina/Juazeiro, será discutida a temática do ingresso na Univasf, via Enem/Sisu.
De acordo com o representante do grupo de articulação da UES, Igor Henrique Cardoso (foto), ao final do Fórum será elaborado um documento para ser entregue ao Conselho da Univasf. Dentre os pontos principais, o documento vai solicitar a adoção de bônus à nota do Enem para acesso à Univasf, que é permitido pela legislação do Sisu/MEC e já é adotado por várias universidades, a exemplo da UFPE, UFRPE, UFPA e UNB, entre outras.
“O nosso propósito é conseguir um bônus de pelo menos 10% da nota do Enem para os alunos que querem ingressar na Univasf e que tenham concluído o Ensino Médio na área de abrangência da Univasf, composta por mais de 250 municípios sertanejos”, lembrou Igor Henrique Cardoso, afirmando ainda que o bônus trará benefícios para os estudantes e para a população local.
Ele ressalta que a medida vai beneficiar significativamente quem é da região. “Os estudante filho da terra poderá estudar em sua cidade natal, perto da família, e, após concluir o curso, irá permanecer para trabalhar na cidade. A implantação do bônus pela Univasf reduzirá o déficit de médicos, engenheiros, enfermeiros e demais profissionais que a sociedade sertaneja precisa. O Conselho da Univasf tem completa autonomia para implantar o bônus, que já existe em várias universidades”, finalizou o representante da UES.
UES
A UES é uma união não partidária e não é representada por nenhum cursinho ou escola. A entidade começou com cerca de 20 membros articulando sobre a temática através das redes sociais e hoje, tem mais de 750 membros. Além dos estudantes, hoje, há um grupo de pais de alunos também integrando a causa. O Bios fica na Avenida Pernambuco, 146, Jardim Paulo Afonso, Vila Mocó – próximo à Assembleia de Deus da Vila Mocó. (fonte: CLAS Comunicação)
Envergonho-me de ver tal pleito de alunos de cursinhos particulares, que sempre foram privilegiados nesta cidade. Noventa por cento dos estudantes da UNIVASF são oriundos desta região de 250 municípios, exceto no curso de medicina. O SISU é a maneira mais democrática e justa para ingressar numa universidade. Criar o Bônus utilizando a grande massa de estudantes é uma HIPOCRISIA dos donos dos estabelecimentos de ensino particulares de Petrolina e Juazeiro. Se o bônus for aprovado, esqueçam esses 250 municípios, pois somente alunos de 3 grandes escolas privadas de Petrolina e de 2 cursinhos serão privilegiados.
Já existe cota social, racial e para alunos oriundos de escola pública. Mesmo os cotistas possuem nota do ENEM superiores a destes alunos de escolas privadas. UMA VERDADEIRA VERGONHA! Por acaso o ITA, USP e IME (instituto militar de engenharia) criaram cotas? Aderiram ao ENEM? Criaram bônus? NÃO. Eles querem os melhores. A população do Vale do São Francisco não deseja médicos sertanejos. A população desta região deseja médicos competentes, independente de onde tenham nascido ou estudado.
Parabéns pelo seu comentário, perfeito. Sou professor da rede privada de Petrolina e Juazeiro e vejo que o problema dessa discussão toda é apenas porque alguns alunos da rede particular não conseguem nota suficiente pra passar para o curso de MEDICINA na ampla concorrência e ficam revoltados porque alunos de outras regiões do País bem mais aplicados e muito mais comprometidos com os estudos conseguem. E, incentivados por alguns donos de cursinhos e alguns políticos (que adoram aparecer, não importam a causa, envolveu VOTO? OPA, TÔ DENTRO) criam toda essa discussão e ainda querem envolver alunos de escolas públicas que não têm nada haver com isso, esses já têm suas cotas. É lamentável se o conselho universitário da Univasf entrar nessa onda, estará prestando um desserviço a Petrolina e a toda região. As universidades citadas na matéria que adotam essa vergonhosa cota regional são específicas para alguns cursos ou alguns campus não são para todos os cursos, temos que brigar é para acabar com esse tipo de cota onde é adotada e não querer que a universidade me proteja porque sou da região mas não sou competente pra obter uma nota pra passar em MEDICINA e com isso deixar de fora o cara competente de Salvador, São Paulo, Fortaleza, etc só porque nasceu ou mora no lugar errado, ou seja, não é da região? Vai ficar fora, um tremendo absurdo isso. Já pensou, na hipótese de em um concurso público para professor ou servidor da Univasf, pessoas da região teria um bônus de 20% na nota final, com isso a Univasf estaria trocando um profissional bem mais qualificado por profissional menos qualificado mas regional, já não basta o tanto de absurdo que nós temos nesse País ainda querem mais? O papel nobre de uma universidade é ajudar no desenvolvimento social das pessoas e por consequência de uma região e não fornecer atestado de incompetência a essas pessoas, pois é isso que ela estará fazendo se o conselho universitário aprovar essa cota regional. Eu não sei se realmente os números são esses que foram citados na matéria (que 90% do corpo discente da Univasf são de alunos da região), acredito que seja isso ou até mais que isso. Mas vamos imaginar que não fosse isso e sim que 90% dos alunos fosse de outras regiões do País, mesmo assim a Univasf não poderia criar cota regional, pois estaria com isso sendo conivente com a incompetência das escolas, dos professores e dos alunos da região, numa situação dessa o papel da Univasf teria que ser a de protagonista em reunir todos os órgãos ligados a educação básica ( Secretárias de Educação, Escolas, Associações de pais, professores,alunos, etc ) e verificar como melhorar o ensino regional, como e em que a Univasf poderia ajudar, essa seria a discussão, buscar sempre a qualidade em primeiro lugar. Mas não é isso que está acontecendo o problema todo é o curso de MEDICINA como disse antes. Temos curso de medicina em todo o País e várias modalidades para seu custeio, público federal, estadual, prouni, fies e particular e independente da forma de acesso todos têm uma considerável concorrência, logo é necessário estudar bastante,ser competente pra conseguir uma vaga. Quer cursar medicina na Univasf? legal, estude pra isso, não basta apenas nascer na região, só isso não é suficiente para que alguém seja um profissional de sucesso.
Concordo, professor. Já vi estudantes saírem pra balada Além do mais, o que a região vai fazer com uma turma de farmacêuticos, engenheiros (mecânicos, elétricos, de produção, da computação) se não há vagas para os mesmos? A média salarial para esses profissionais aqui na região é muito mais baixa do que nas capitais. Não vai diminuir esse déficit. E que mal há em estudar ou trabalhar fora de sua cidade? Quantos filhos já foram estudar fora de suas cidades, se formaram e hoje são profissionais de sucesso? Eu sou gaúcho, tenho orgulho da minha terra. Mas resido onde tive uma boa oportunidade de trabalho. Minha filha nasceu aqui e, por ela, eu vou para qualquer lugar que for preciso. Chega desse discurso batido de “ficar na nossa terra”!