Uso de cadáveres em cursos de harmonização facial gera espanto nas redes sociais

por Carlos Britto // 27 de setembro de 2024 às 19:33

Foto: Ilustrativa da internet

O uso de cadáveres para treinamento em cursos de harmonização facial gerou surpresa e debate nas redes sociais nesta semana. O tema veio à tona após postagens da tatuadora Helen Fernandes, conhecida como Malfeitona, que comentou sobre o uso de cadáveres fresh frozen (congelados) em cursos de estética facial. Segundo ela, as cabeças humanas são mantidas em baixas temperaturas para que profissionais possam aprender as técnicas estéticas de harmonização facial.

O uso de cadáveres no ensino de práticas médicas é comum em centros de pesquisa e universidades. No entanto, a utilização desses corpos em treinamentos voltados a técnicas estéticas, como a harmonização facial, chamou a atenção, especialmente porque o Brasil enfrenta um déficit de corpos disponíveis para o ensino médico.

No Brasil, a legislação permite que cadáveres não reclamados por familiares até 30 dias após a morte sejam utilizados para estudos científicos. Além disso, é possível que uma pessoa, em vida, manifeste o desejo de doar seu corpo para a ciência após o falecimento. No entanto, esse tipo de doação tem se tornado menos frequente, gerando dificuldades para instituições de ensino.

Em 2022, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chegou a divulgar que há uma “falta de corpos” para estudos, e em 2023, um levantamento da BBC com 30 universidades brasileiras revelou que 17 delas enfrentam escassez de cadáveres para pesquisa. Essa situação contrasta com a oferta de cadáveres para cursos de estética, que têm crescido e gerado questionamentos sobre a priorização de seu uso. (Fonte: Folha PE)

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