Uma pesquisa da Embrapa Semiárido está avaliando a viabilidade do cultivo irrigado de café no Vale do São Francisco – região concentrada na fruticultura, sobretudo nas plantações de manga e uva. O projeto tem o patrocínio do Banco do Nordeste (BNB), que destinou R$ 90 mil dos seus fundos de pesquisa não reembolsáveis.
Os ensaios foram instalados na Estação Experimental do perímetro Bebedouro. A ideia é analisar o cultivo irrigado de 53 ‘filhos’ da variedade de café arábica e 23 clones da variedade de café canéfora, considerando as condições edafoclimáticas da região.
Atualmente, as plantas encontram-se carregadas de frutos que deverão ser colhidos e avaliados em abril deste ano. Na ocasião serão analisados a produtividade de grãos, a qualidade da bebida e o rendimento econômico. Ao final do projeto, espera-se identificar as potencialidades e restrições dos genótipos testados ao estresse térmico.
Para o pesquisador da Embrapa, Flávio Souza, ter alternativas para diversificar a matriz produtiva regional é uma ação estratégica. “Nesse sentido, o projeto poderá fornecer informações importantes para o estabelecimento de uma nova alternativa de cultivo para a região, a partir de um estudo de viabilidade técnica e econômica”, afirmou.
Agronegócio
José Maria Pinto, pesquisador da Embrapa que também tem acompanhado o experimento, explicou que o café foi escolhido como objeto da pesquisa por se tratar de uma commodity importante para o agronegócio brasileiro e pelo fato do país já ter uma posição consolidada de líder mundial na produção cafeeira.
“O agronegócio do café é dinâmico e bastante atrativo em termos de geração de emprego e renda, o que seria muito positivo para o desenvolvimento do Vale do São Francisco. Além disso, há uma demanda crescente pelo café conillon, que é cultivado no Espírito Santo. Petrolina pode ser uma opção viável de área de cultivo para o produtor”, disse. (Fonte/fotos: Ascom BNB)