Responsável por 95% da manga e quase 99% da uva de mesa exportadas pelo Brasil, o Vale do São Francisco vem sendo ameaçado com o aumento da população de moscas-das–frutas, que se não for contido, pode provocar grandes perdas na produção frutícola e na economia da região.
Considerado o maior PIB agrícola do país com a geração de 250 mil empregos diretos e a produção anual de 1,5 milhão de toneladas de frutas e legumes, o Vale vem apresentando atualmente um nível de infestação preocupante da espécie Ceratitis capitata, mais conhecida como a mosca do Mediterrâneo, que possui mais de 200 hospedeiros, entre eles, a acerola, caju, goiaba, manga e uva.
A praga inviabiliza a comercialização dos frutos, tanto in natura quanto agroindustrializados, além de provocar prejuízos indiretos com as barreiras quarentenárias quando das exportações para os quatro cantos do mundo. O ciclo começa quando a fêmea deposita os ovos na fruta. Os ovos viram larvas que se alimentam da polpa causando o apodrecimento dos frutos. Depois a larva sai e vai para o solo e é ai que ocorre a formação das pupas, de onde saem os insetos adultos. Um adulto vive, em média, 35 dias no campo e cada fêmea coloca cerca de 500 ovos. A cada 28 dias, em média, a população cresce cinco vezes, além disso as moscas se deslocam facilmente pois conseguem voar até 10 metros de altura e 3 quilômetros de distância com ajuda de correntes de vento, isso faz com que a praga se espalhe de uma fazenda para os pomares vizinhos.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Semiárido, Beatriz Jordão Paranhos, esta praga encontrou no Vale do São Francisco um ambiente propício à sua proliferação. “Devido ao clima do Nordeste, com uma temperatura média anual de 26 graus, o inseto pode produzir até 13 gerações por ano. Quanto mais quente mais rápido o ciclo do inseto. As moscas-das-frutas atacam praticamente todas as variedades de frutas, menos aquelas de casca grossa, a exemplo do coco”. (fonte/ foto: Clas Comunicação)