O vereador de Juazeiro (BA), Allan Jones (PTC), fez uma denúncia grave sobre a qualidade da água oferecida aos moradores do distrito de Juremal, na zona rural da cidade. Segundo Jones, uma pesquisa feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) revelou que o líquido oferecido pelo Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) é imprópria para consumo humano, com presença de coliformes fecais e fenol em excesso.
Jones denunciou esse caso na Câmara Municipal e fez questão de reafirmá-lo durante entrevista ao Programa Carlos Britto, na Rural FM, hoje (6). Segundo ele, a melhoria na qualidade da água fornecida aos moradores de Juremal já havia sido reivindicada.
“Do nada, a gestão municipal de Juazeiro mudou o local da captação de água de Juremal. A água era vinda da adutora da Mineração Carnaíba e, de maneira inesperada, a captação de água da localidade foi mudada para o Canal do Tourão. Questionamos a qualidade e o gosto ruim. O SAAE retrucou e disse que a qualidade da água estava mantida. Para a gente tirar essa dúvida, submetemos a água a uma análise”, explicou o vereador.
Segundo Jones, a “análise foi feita com a participação dos servidores do SAAE de Juazeiro, que acompanharam a coleta do técnico do Senai em todo momento”. O resultado chegou na semana passada. “Essa amostra apresentou coliformes fecais com a quantidade 30, unidade máxima provável a cada 100 ml de água, enquanto que a portaria do próprio Ministério da Saúde 005/2017, que fala da portabilidade da água, não permite a existência de nenhum coliforme”, afirmou.
SAAE contesta
O SAAE divulgou uma nota, esta semana, rebatendo a denúncia do vereador. No texto, o órgão alega que o vereador divulgou uma “falsa informação” e apresenta o laudo (vejam aqui) que comprova, segundo o SAAE, potabilidade de água em Juremal.
Acompanhe, na íntegra:
O Serviço de Água e Saneamento Ambiental – SAAE/Juazeiro contesta as informações do vereador Allan Jones, sobre possível contaminação da água fornecida aos moradores do Distrito de Juremal e apresenta laudo técnico que comprova a potabilidade da água. De acordo com o Laboratório de Análise de Alimentos, Bebidas e Meio Ambiente (LABMA) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) no Relatório de Ensaios nº 1081/19, a coleta e análise feita em 09 de setembro de 2019 e liberada em 04 de outubro do mesmo ano, apresentam coliformes totais e escherichia coli abaixo de 1, equivalentes a ausência destas bactérias, segundo dados técnicos. Portanto a água servida em Juremal é potável e de qualidade. Diferente da falsa informação divulgada pelo parlamentar.
A Portaria 1469/2000 estabelece que para conformidade do padrão microbiológico de potabilidade é obrigatória a ausência de coliformes totais em 100 ml de amostra na saída do tratamento. Em complementação, o Anexo I da Portaria MS nº 2.914/2011 admite a presença de coliformes totais em apenas uma amostra mensal para sistemas ou soluções coletivas. Portanto, a água fornecida a população de Juremal está dentro dos padrões microbiológicos de potabilidade, conforme laudo anexo.
Sobre o laudo apresentado pelo vereador o SAAE, alerta para a relevância de alguns aspectos técnicos que envolvem desde o manuseio, vasilhame e local de coleta, até a presença pontual de alteração de um parâmetro. Esses fatos são de extrema importância, e normalmente figuram em pontos de observação do relatório da análise.
Outro aspecto a ser considerado é que a Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, em seu Anexo 13, afirma que para o parâmetro de coliformes totais deve-se fazer várias amostras, inclusive com indicação do número de análises com o total de habitantes. Somente ao final dessa bateria de relatórios poderia se afirmar, com grau de certeza adequado, a presença do coliforme total e em que nível se apresenta na água.
A análise mostrada na matéria teve coleta em local inadequado, vez que a água foi retirada antes do reservatório, sem a devida ação dos elementos reagentes usados no tratamento. O município de Juazeiro possui reconhecimento pelos órgãos competentes da qualidade da água ofertada aos cidadãos, e é constantemente monitorada desde o manancial até as redes de distribuição.
O problema publicizado pelo vereador não é descartado pelo SAAE, mas é veementemente contestado, especialmente pelo fato de termos resultado de análise anterior, feita pelo mesmo laboratório, com o mesmo parâmetro classificado como ausente. Estamos seguros do tratamento desenvolvido pelas nossas equipes e confiamos plenamente no resultado apresentado à população.
Ascom/SAAE