Em Cabrobó (PE), Sertão do São Francisco, o prefeito Auricélio Torres (PSB) viu alguns integrantes de sua base na Câmara Municipal ajudar a aprovar um projeto de lei, de autoria do Legislativo, que altera um item da Lei Orgânica determinando ao Executivo destinar 2% do Orçamento a emendas dos vereadores.
Pior do que deixar claro um ‘racha’ na base governista de Auricélio, é o fato de que o projeto, na prática, atribui uma função aos representantes da Casa Legislativa que não é deles.
O papel do vereador é legislar e fiscalizar, e não indicar onde as obras deverão acontecer. O detalhe é que esses 2% representam cerca de R$ 1,2 milhão por ano para as emendas parlamentares, o que daria aproximadamente R$ 100 mil para cada vereador. Os números são baseados na receita corrente do município, que é de R$ 60 milhões. Precisa dizer mais?
Caro Carlos Brito O papel do vereador é legislar e fiscalizar, assim como o deputado estadual na assembleia legislativa e o deputado federal na câmara, tem a mesma finalidade legislar e fiscalizar o poder executivo, mas também tem direito as emendas de bancadas e as emendas no orçamento e nem por isso se tornam governadores ou presidente.
Se eles podem fiscalizar, podem indicar também as comunidades onde há maior necessidade de obras estruturadoras, principalmente em um município em que o prefeito não sai na rua nas comunidades rurais nos bairro para ver os inúmeros problemas acontecendo em seu redor, apenas fica desfilando de festa em festa de bar em bar no meio elite petrolinense e na capital pernambucana.