Vitivinicultura a todo vapor no Vale do São Francisco

por Carlos Britto // 06 de outubro de 2009 às 13:44

vinho

O Vale do São Francisco era uma área desacreditada para produção de vinhos finos, mas o panorama atual vem demonstrando o contrário. A região abriga atualmente sete vinícolas: Adega Bianchetti, Garziera, ViniBrasil, Botticelli, Ouro Verde, Bella Fruta do Vale e Chateau Ducos, que produzem vinhos de qualidade e identidade própria: jovens, finos, leves e frutados. 

Com o intuito de colaborar com o desenvolvimento do setor, os vitivinicultores contam com o apoio do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf), e tem como parceiros o Governo do Estado de Pernambuco, através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), o Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep), a Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigrangeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros.

Essas entidades e órgãos ajudam a padronizar e aperfeiçoar os vinhos e outros derivados de uva. 

A vitivinicultura do Vale é uma atividade recente, iniciada em meados dos anos 80, mas que já tem muita importância para a região. Atualmente, gera 900 empregos diretos, produzindo aproximadamente oito milhões de litros de vinhos finos por ano, em uma área de 700 hectares – o que representa cerca de 15% da produção nacional. 

O Vale é a segunda região produtora de vinho no país, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul, demonstrando sempre como essa cultura tem grande valor no desenvolvimento sócio-econômico. “Vale ressaltar que essa atividade representa não só o prazer imediato de consumir o vinho. Acima de tudo, é um sinal vivo de prosperidade, pois esta cultura trouxe para a região um novo alento, onde agrega pessoas, é permanente e fixa o homem à terra”, acredita o diretor da Ouro Verde, Eurico Benedetti. 

Para obter esses números e fazê-los crescer ainda mais, o Vinhovasf desenvolve ações de pesquisa, educação, ampliação e inovação tecnológica, preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável da vitivinicultura. E o Governo de Pernambuco, por sua vez, instituiu o Programa de Desenvolvimento do Setor Vitivinícula, com a lei estadual, que dá tratamento tributário diferenciado para uvas e vinhos produzidos na região. 

Para o presidente da Valexport e do Vinhovasf, José Gualberto, as potencialidades da região influenciam bastante na qualidade do vinho, como, por exemplo, a disponibilidade de água de qualidade, base tecnológica de produção irrigada, solo adequado, entre outros. “O clima é extremamente favorável, pois permite a elaboração de vinho a um custo menor e ajuda na produção de vinhos jovens, frescos e de características próprias, ao gosto do mercado atual e que mais tem crescido no mundo”, comentou José Gualberto. 

Para contribuir na qualificação da mão de obra, os produtores de vinho recebem orientações do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifet). O Instituto oferece o curso de Tecnólogo em Viticultura e Enologia, cuja duração é de três anos, sendo o último dedicado exclusivamente a prática obrigatória nas vinícolas. No Brasil, somente em Bento Gonçalves (RS) existe esse mesmo tipo de formação. A vantagem da produção de vinhos em Petrolina é o cultivo de duas safras e meia ao ano, enquanto no Sul do Brasil, apenas uma safra. 

 Mesmo os vinhos do Sertão pernambucano sendo de qualidade, ainda há certa resistência por parte dos brasileiros em consumir o produto nacional. “Os brasileiros preferem os importados, porém a grandeza do vinho é sua variabilidade. Cada região procura regionalizar e nós também estamos trabalhando para isso”, afirma Gualberto. “Apesar de haver contribuições de grupos de fora, o campo e o trabalho estão nas mãos nordestinas. Isso ajuda a trabalhar a auto-estima do sertanejo que passa a se reconhecer no produto”, reforça o diretor da vinícula Garziera, Mábio Dutra. 

Com informações da Ascom/Sdec

Vitivinicultura a todo vapor no Vale do São Francisco

  1. WELMO BARBOSA DOS SANTOS disse:

    O Potencial vitivinicola da nossa região é supreendente Carlos Britto. Agora pergunte a qualquer um profissional de Enologia que teve sua formação aqui em petrolina,se recebe um salario descente. Ou seja o curso é realmente bonito, chama atenção, a região favorece tal curso, mas os salarios são RIDICULOS.

  2. WELMO disse:

    “SALÁRIO DECENTE”

  3. Sirley Sá disse:

    Concordo plenamente com o Sr. Welmo, más ficaria uma dica minha para todos do setor vitivinícola e principalmente os que fazem ou já terminaram o curso de Enologia pelo antigo CEFET, todos tem que ser mais unidos e cobrar mais da Instituição de ensino, bem como das empresas do setor.

  4. Pitaco disse:

    So tem vinícola em Petrolina? ou o fato de ser exportado por Petrolina, ela fica com a fama?

  5. Carlos Almeida disse:

    Queridos amigos,

    Sempre acreditei neste potencial vinícola de Petrolina e o conheço desde idos de 1986 com a Botticelli, o sertão virou mar, mar de uva e vinho e o nordestino sempre foi e será, acima de tudo, um forte.

    Parabéns Petrolina, minha terra amada.

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