A sessão de votação do pacote de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff foi interrompida por cerca de 20 minutos no início da noite desta quarta (6) após integrantes da Força Sindical que estavam nas galerias da Câmara protestarem e atirarem notas de ‘petrodólares’ no plenário, sobre os deputados.
Levados à Câmara pelo presidente licenciado da central, o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP) -o Paulinho da Força-, os sindicalistas gritaram palavras de ordem e xingamentos contra o governo e contra Dilma.
“Ô Dilma, vai se f…, o Brasil não precisa de você” e “deputado, preste atenção, esse governo está roubando a nação” foram alguns dos coros.
As notas foram jogadas na área do plenário onde se concentram os deputados do PT. Os papéis imitam notas de dólar, com fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma e do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto -preso em decorrência da Operação Lava Jato- e a expressão “PTro Dollar”.
Os protestos se intensificaram após discurso do líder da bancada do PSDB, Carlos Sampaio (SP), que acusou os petistas de serem “caras de pau” e “corruptos”.
Polícia
Após o tumulto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu a sessão e determinou à Polícia Legislativa que evacuassem as galerias.
Com a saída dos manifestantes, a sessão foi retomada por volta das 19h. Minutos depois, porém, a sessão foi novamente interrompida por causa de bate-boca entre os deputados Roberto Freire (PPS-SP) e Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro do Esporte nos governos Lula (2003-2010) e Dilma, que quase se atracaram.
A sessão foi retomada, novamente, minutos depois.
Aprovação
Por margem apertada, 252 votos a 227, os deputados federais aprovaram a medida provisória 665, que traz como principal medida o aumento do tempo de trabalho para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego: de seis para 12 meses -o governo queria originalmente 18 meses, mas foi obrigado a recuar.
A oposição cantou nos microfones, após o anúncio do resultado: “O PT pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão.“
Havia ainda emendas, que podem alterar completamente o texto, a serem votadas na noite desta quarta e na tarde desta quinta-feira (7).
As medidas de equilíbrio das contas públicas, elaboradas sob a chefia do ministro Joaquim Levy (Fazenda), tinham o objetivo de, ao todo, cortar R$ 18 bilhões em gastos, mas mudanças patrocinadas pelos Congressistas já reduziram essa economia prevista em cerca de 20%. (fonte: Folhapress/foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)